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Briskcom - QUAIS OS REQUISITOS MÍNIMOS DE TELECOM EXIGIDOS PELO ONS?

Bem, se você está interessado em entender os requisitos e definições de qualidade na comunicação entre os agentes conectados ao SIN e o ONS, é bem provável que já conheça ao menos um pouco sobre o setor elétrico. Mas não custa repassar de maneira breve o cenário que iremos adentrar.

Basicamente, o setor elétrico brasileiro é composto por três segmentos distintos: geração, transmissão e distribuição.

O segmento de geração é o responsável por produzir a energia elétrica, o de transmissão leva esta energia produzida até as redes de distribuição que, finalmente, entregam esta energia para os consumidores finais em suas residências, indústrias ou estabelecimentos comerciais.

(Reprodução própria)


Na atividade de geração de energia elétrica no Brasil preponderam as usinas hidrelétricas, isto é, a maior parte da energia gerada no país é originada deste tipo de fonte. Isso faz com que a nossa matriz elétrica seja predominantemente renovável. Além disso, a energia gerada por usinas eólicas e solares vem ganhando crescente importância. Vale mencionar também o papel estratégico que as usinas térmicas também possuem no setor.

Fato é que em um país de dimensões continentais, como é o nosso, não é possível contar com as mesmas condições de recursos naturais em todas as regiões, o que faz com que algumas localidades do país tenham excesso e outras escassez de produção através desta fonte.

Diante deste cenário, o setor de energia necessitou da interligação entre as regiões, para que houvesse uma troca de produção energética entre elas, garantindo assim o equilíbrio entre produção e consumo e explorando os recursos energéticos de cada região da melhor maneira possível.

Surgiu assim o SIN (Sistema Interligado Nacional), uma rede que envolve geração, transmissão e distribuição em um sistema único, garantindo o bom funcionamento e distribuição igualitária de energia para todo o país.

Para coordenar e operar este sistema foi criado o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). E é sobre ele e os seus requisitos e procedimentos de rede que iremos falar neste artigo.


O Operador Nacional do Sistema Elétrico

A função do ONS é de grande relevância para o bom funcionamento do setor elétrico. Gerenciar um sistema dessa magnitude exige altíssimo nível de acesso à informação para garantir o controle da operação.

Para tanto, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) estabeleceu que o ONS deveria elaborar as regras, requisitos técnicos, procedimentos operacionais, penalidades, bem como as responsabilidades dos agentes inseridos no SIN.

Foram então criados os procedimentos de rede do ONS. 25 módulos contendo regras e processos a serem cumpridos pelos agentes conectados ao SIN. Dentre estes módulos, está o submódulo 13.2, que trata especificamente sobre os requisitos mínimos de telecomunicações, tema da maior importância, devido à necessidade de comunicação constante dos sistemas de supervisão do ONS com os sistemas das diversas usinas e subestações em operação. Estes requisitos visam manter a qualidade e padronizar as etapas de supervisão, controle, comando, faturamento, proteção e outros.

Os requisitos de telecomunicações são avaliados sob os parâmetros de disponibilidade e qualidade, além de definir configurações de topologia de rede. Neste artigo vamos falar um pouco melhor sobre os requisitos de disponibilidade e qualidade:

 

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Disponibilidade

Para medir a disponibilidade de um sistema ou componente, leva-se em conta o grau de funcionalidade e acessibilidade do mesmo quando requisitado. Assim, para se encontrar as taxas de disponibilidade, mede-se as falhas. Ou seja, entendendo quando o sistema falha, é possível calcular quando ele está disponível.

Sendo assim, a previsão da disponibilidade é calculada levando-se em conta três métricas:

  • Tempo médio entre falhas (MTBF – Mean Time Between Failures);
  • Tempo médio de reparo (MTTR – Mean Time To Repair);
  • Tempo médio até a falha (MTTF – Mean Time To Failure);

(Reprodução própria)

 

Conhecendo as métricas acima, geralmente representadas em números de horas, encontra-se a disponibilidade, a partir do seguinte cálculo:

 

                                                      MTBF

Disponibilidade =  ________________                      

                                             MTBF + MTBR

 

Por exemplo, caso um equipamento apresente um MTBF de 8760 horas e um MTTR de 2,5 horas, sua disponibilidade será de 99,97%. (vide cálculo abaixo)

 

                                                       8760

Disponibilidade =  ________________  = 0,9997               

                                                 8760 + 2,5

 

Para definir os requisitos de telecomunicações dos serviços que dão suporte às suas atribuições, o ONS os classifica em três classes, conforme abaixo: 

  • Classe A

Disponibilidade: 99,98%  |  Indisponibilidade: 1h45/ano

 

  • Classe B

Disponibilidade: 99,00%  |  Indisponibilidade: 87h36/ano

 

  • Classe C

Disponibilidade: 95,0%  |  Indisponibilidade: 438h/ano

Vale ressaltar que estes requisitos se referem à disponibilidade do sistema de comunicação como um todo, e não de um componente específico. Um sistema é formado por vários componentes e cada um deles tem a sua própria disponibilidade que, naturalmente, vai impactar na disponibilidade final do sistema.

Uma maneira de aumentar a disponibilidade de um sistema de telecomunicações é criar a duplicidade de rota. Esta é, inclusive, uma exigência feita pelo ONS em seus procedimentos de rede para serviços de telecomunicações de Classe A. Em outras palavras, significa criar um caminho alternativo para o tráfego de dados e voz na eventual falha do caminho principal.


Qualidade

Diferentemente da disponibilidade, que foca no tempo de falha, os requisitos de qualidade focam nos momentos de atividade da comunicação, monitorando, como o próprio nome já diz, a qualidade desta comunicação.

Para avaliar a qualidade de um sistema de telecomunicações, são analisadas as seguintes métricas: 

  • Taxa de erro de bit (BER – Bit Error Rate); 
  • Latência;
  • Variação estatística do retardo;
  • Taxa de perda de pacotes;

 

Vamos falar brevemente sobre cada uma delas: 

Taxa de Erro de Bit (BER – Bit Error Rate)

Em sistemas digitais, a comunicação acontece pelo envio da informação através de bits, que é a menor unidade de informação destes sistemas. Um bit é representado pelos dígitos 0 ou 1. Quando uma sequência de bits enviada é recebida de maneira diferente da qual foi emitida, isso se configura como um erro de bits. 

O ONS monitora constantemente estes envios e recebimentos, e exige uma taxa de erro de bits igual a zero pelo menos uma vez em cada três medições realizadas com 15 minutos de duração cada para qualquer taxa de transmissão igual ou superior a 64 Kbps.

O cálculo da BER se dá pela seguinte equação: 

 

                       Número de bits identificados erroneamente

BER =  ________________________________________                      

                                     Número de bits transmitidos

 

Latência

A latência é o tempo de atraso entre o momento de envio e o de chegada ao seu destino de um pacote de dados. Veja a ilustração na figura abaixo:

(Reprodução própria)

 

Como se pode observar, o atraso em um sistema de comunicação pode ocorrer na transmissão, na propagação e no processamento. A latência do sistema será formada por estes três tipos de atraso.

O ONS define que para redes terrestres, o tempo de latência deve ser ≤ 140 milissegundos e para redes de satélite a latência deve ser ≤ 700 milissegundos. É importante destacar que a latência exigida pelo operador é round trip, isto é, considera o caminho de ida e de volta.  

Variação Estatística do Retardo (Jitter)

Conhecida como jitter ou flutuação, nada mais é que o desvio padrão dos tempos de chegada dos pacotes de dados.

Em momentos de maior congestionamento da rede, alguns dados podem entrar em um fila e acabar sofrendo atrasos na sua recepção. Este parâmetro mede exatamente a variação estatística destes atrasos.

O ONS define que o jitter deve ser ≤ 20 milissegundos para o uso de redes terrestres e ≤ 90 milissegundos no caso de uso de redes de satélite.

Taxa de Perda de Pacotes

Em uma rede de telecomunicações, pacotes são divisões em partes menores da informação a ser transmitida. É uma sequência de dados transmitida de maneira unitária. Um pacote é considerado perdido quando ele não chega ao receptor dentro de um tempo limite pré-determinado, conhecido como “time-out”.

Comumente a perda de pacotes se dá pelo alto congestionamento do canal de comunicação, ocasionando assim o que se chama de transbordo das filas. 

A taxa de perda de pacotes é o percentual daqueles pacotes não recebidos no destino dentro do tempo limite calculado sobre todos os pacotes enviados.

O ONS define que a taxa de perda de pacotes deve ser menor do que 1%.

 

Como garantir os padrões de qualidade?

O que torna todo este procedimento ainda mais complexo é o fato de que o ONS exige que os próprios agentes conectados ao SIN garantam todos estes níveis de qualidade e disponibilidade em telecomunicações, sob o risco de penalidades e até mesmo suspensão das operações em casos mais graves.

Se você é um agente do setor elétrico, seja gerador, transmissor ou distribuidor de energia, deve estar se perguntando como solucionar tantos detalhamentos técnicos de uma área que não é a sua área de atuação, as telecomunicações.

Para tanto é de extrema importância contar com um parceiro de telecomunicações que tenha experiência no setor elétrico.

A Briskcom atua há mais de 18 anos neste mercado, oferecendo conexão de alta disponibilidade e confiabilidade através de comunicação via satélite. E temos orgulho em dizer que, em todo este tempo, nossos clientes receberam um total de zero penalidades.

Nossa expertise na comunicação com o ONS facilita o seu negócio garantindo a implantação de uma operação sem atrasos e em conformidade com todos os requisitos técnicos exigidos e principalmente, evitando custos desnecessários com penalidades e falhas na comunicação.

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